sexta-feira, 3 de outubro de 2008




DO PAPEL AO DIAMANTE

Isso é tudo meio parecido com nada
E lembra coisa nenhuma
É sem sentido e inexplicável
Quero machados para quebrar todo esse gelo
E libertar o frenesi que me domina

Espero que as esquinas é que cruzem por mim
Vivo um dia qualquer
Com passos que não tocam mais o chão
Flutuando por lugares desconhecidos
Olhos que me olham estranhamente

O sol beija tua branca pele
E os ventos acariciam teu rosto negro
Sou feito de papel e você de diamante
Peço-te, não se encante por mim
Não possuo o que tu necessitas

As horas correm,
O dia passa em seis segundos
E eu desativo o relógio
O tempo pára lentamente
Como negativos em câmera lenta

Você não passa de uma mera silhueta
Somos todos feitos do mesmo barro
Então volto a ouvir o irritante tic-tac
Os devaneios desaparecem de minha mente
E a pornografia se vai para sempre

Peço-te não repares em mim
Ofereço doces para crianças más
Elas possuem uma vida amarga
De sabor incomum
E uma personalidade mercenária

Vivo em um eterno domingo chuvoso
A luz acabou há mil anos atrás
Tua alma nunca foi iluminada
Tuas escolhas são sempre tão sombrias
E os teus monstros vêm a todo momento

Vivo das apnéias de minha alma
Fiz pornô e continuo virgem
Possuo um lacre imortal
Que faz de mim um semi-deus
Uma alma fraca e imoral

As pessoas vão para o inverno até mesmo em dias de chuva
Minha carta suicida é sem motivo
Quero sentir o fogo queimar minha pele
Flores nunca nascem em concreto
E remos não remam em mar de lama

Eu morro, eu canto
Eu faço o impossível
Não acredito no amor
Não espere que eu saia na chuva
Pois sou apenas mais um desses mortais

Wesley Martins

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